sábado, 22 de dezembro de 2012

Os cassinos e o turismo no Brasil.

  • Os anos de ouro dos cassinos brasileiros e os cassinos mais prestigiados;
  • As atrações culturais dos cassinos;
  • A importância dos cassinos para o turismo nas décadas de 1930 e 1940;
  • O fechamento dos cassinos (contexto, motivações, setores favoráveis, setores contrários, consequências para o turismo);
  •  As novas discussões politicas sobre a reabertura dos cassinos;
  • Cassinos: tê-los ou não;

Cassinos;

 A autora afirma que deste as épocas mais remotas a vontade de jogar está associada á natureza humana, o historiador Johan Huizinga, se baseia no fato de a ideia de jogo e central para civilização, fazendo-se presente em todas as atividades humanas, sejam arte, filosofia, política, guerra, dinheiro ou linguagem. As competições sempre tiveram importância na sociedade, desde os primórdios da civilização, ocupando um lugar de destaque em todas as culturas sem função da prevalência do fator sorte. De acordo com Paixão, os jogos sempre estiveram presentes nas atividades de entretenimento das populações, e na América do Sul, os povos nativos já praticavam alguns jogos antes da chegada dos colonizadores, no Brasil, o jogo de azar era bastante comum, mas não socialmente importante. A chegada da família real portuguesa, em 1808, trouxe a cultura dos jogos dos salões europeus. Os jogos de carta , os dados e a roleta passaram a marca presença nas relações sociais da antiga colônia, com a implantação em 1811, da Real Fábrica de Cartas de Jogos, a víspora e o bilhar tornaram-se bastante populares levando á abertura de diversas casas comerciais destinadas a sua exploração.
 Em 1831 surgiu a primeira legislação especifica sobre jogos no Brasil, na segunda metade do século XIX, deixou evidente a escassez de infraestrutura  turística, já no século XX o país começou a ser visitado por turistas internacionais , então os hotéis começaram a receber incentivos fiscais. A era dos cassinos no Brasil começou com a preocupação do presidente da republica Epitácio Pessoa (1919-1922), a constatação de que o país não contava com uma boa infraestrutura nos meios de hospedagem provocou a construção de um hotel de luxo á beira mar, o empresário Octávio Guinle, sua exigência em anexar um cassino ao hotel foi aceita pelo presidente da Republica , o Copacabana Palace surgiu no Rio de Janeiro. Os cassinos marcaram as décadas de 1930 e 1940 no Brasil e se tornaram atrativos turísticos no território nacional, os cassinos eram ponto de encontro da alta sociedade brasileira, banqueiros influentes, políticos, empresários, juízes, governadores, turistas nacionais, estrangeiros e até presidentes da república frequentava, por isso essa época foi muito importante para os cassinos para os turistas.  A partir do final da década de 30 os cassinos passaram a ter um papel de destaque na vida noturna brasileira, destacando-se os hotéis-cassinos do sul de Minas Gerais, do estado de São Paulo e Rio de Janeiro.



  • Copacabana Palace;


A era de glamour dos cassinos, dos shows, das vedetes e dos salões luxuosos dos hotéis-cassinos é relembrado até hoje pelas pessoas que vivenciaram essa época, por estudiosos. No Rio de Janeiro, o Cassino Atlântico, da Urca, e o beira-mar, além do cassino Icaraí, e o Quitandinha, em São Paulo, o cassino do Monte Serrat, o parque Balneário hotel e o cassino São Vicente na ilha Porchat, em Minas Gerais, hotel Araxá, o Pampulha em BH, além das Hidrominerais, em Pernambuco o hotel-cassino Americano, no Paraná, o cassino Ahú de Curitiba. Em 1945 , Getúlio Vargas caía, era o fim do Estado Novo. Ocorreram eleições, Dutra venceu pouco depois da posse assinada decreto extinguido a prática de jogos de azar, na imensidão dos salões, sala, jardins, galerias, corredores, teatros, varandas, tudo só fantasma. Os salões dos cassinos eram projetados e decorados para atrair um publico seleto e aristocrático, que trazia consigo uma exigência de infraestrutura condizente com o nível internacional. Hotéis, restaurantes, teatros, palcos suntuosos onde brilhavam estrelas de sucesso nacional e internacional, muitos artistas brasileiros tiveram seu nome reconhecido a partir das apresentações nos grandiosos shows que aconteciam nos cassinos. Em 1930 o presidente Getúlio Vargas autorizou a prática de jogo, contrariando os interesses dos setores mais conservados da população, principalmente dos católicos mais fervorosos que viam os cassinos como antros de perdição, no entanto, havia muita insatisfação e pressão da sociedade e da igreja, o que culminou com o retorno á ilegalidade em 1946.
Como citado acima, em 30 de abril de 1946, o presidente Eurico Gaspar Dutra, por meio do decreto lei n 9.215, proibiu a prática ou exploração de jogos de azar no país, a motivação para o fechamento segundo a justificativa do presidente foi que a jogatina denegria a tradição moral, jurídica e religiosa do 46 povo brasileiro, por meio do novo decreto, Dutra mandou fechar todas as casas e salões de jogos que existia ou que estavam em fase de construção. A proibição dos jogos no país contribui sensivelmente na diminuição do fluxo turístico nos Estados brasileiros, provocando fechamento dos hotéis-cassinos e o deslocamento de turistas para países como Paraguai, Uruguai e Argentina, onde o jogo permanecia regulamentado, muitos hotéis que abrigavam cassinos faliram ou tiveram que ser transformados em condomínios ou adaptados para outros fins, para sua revitalização, ocasionando consideráveis consequências para o turismo. 
Estudiosos e políticos abordam a situação da regularização dos jogos no Brasil, afirmam que há enumeras vantagens, considerando seus pontos negativos, além dos turistas nacionais e internacionais, a geração de mais de 200 mil empregos diretos e indiretos no país, com a regularização, esses impostos poderiam ser usados para saúde, educação, transporte, sem falar no desenvolvimento da atividade turística, mas logicamente se isso for implantado, administrado e controlado com rigor e honestidade, seria para o país uma revitalização da economia por meio do comercio e do turismo.
 No texto acima, abordamos vários pontos negativos e positivos sobre a legalização dos cassinos no Brasil, fale ressaltar que as leis nem sempre são tão aplicadas com rigor num país, onde a corrupção não e vista como crime, como falta de diversos valores, onde a Ética perdeu sua vez, essa questão e um tanto desafiadora, ser contra ou a favor, e fácil, o difícil e saber se os governantes são capazes de aplicar e executar tais. Temos exemplos de país que legalizaram os jogos, podemos citas, Las Vegas com seus grandes hotéis cassinos, um deles Bellagio, sendo este tanto hotel como cassino, é uma destinação turística que atrai em sua maioria o turismo de elite, podemos observar o fluxo de pessoas que se deslocam para estes lugares, além da infraestrutura e a geração de empregos. O turismo esta passando por uma grande fase de desenvolvimento no Brasil, no meu ponto de vista a legalização dos cassinos seria uma boa opção, pois iria proporcionar muitos empregos, além do aumento de deslocamento de vários turistas de países emissores, para o Brasil. Pois hoje em dia, podemos observar os cassinos clandestinos, que além de funcionar e serem ilegais, sua arrecadação esta ausente de impostos, e nem por isso estão completamente fechados, a desinformação prejudica muito esse processo de legalização, pois muitas pessoas se baseiam no pensamento em geral  de cunho moral, pois acreditam que o jogo incentiva a prostituição, o alcoolismo, o consumo de drogas, além de facilitar a lavagem de dinheiro ilegal, a corrupção, o próprio vicio de jogos, gerando grandes problemas na sociedade! Mas, contudo os impactos positivos se sobrepõem aos negativos, tudo se baseia numa boa administração com rigor, toda organização bem estruturada, constitui bons frutos...Com um rigoroso controle da atividade, a legalização seria um retorno para outros setores, um grande investimento na educação, saúde, segurança publica, o transporte, o lazer, e menos dor de cabeça para á policia.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Entre cenários da renovação urbana e expressões culturais nos espaços públicos do Porto do Rio de Janeiro

A revitalização do porto maravilha, lançado em 2009, pelo prefeito Eduardo Paes, tem como finalidade utilizar a cultura-entretenimento como atrativo para a venda de uma cidade espetáculo em escala global, ou seja, ocasiona a transformação da vida urbana e da cidade em mercadoria, essas ações são um fenômeno que vem tomando cada vez mas força em diversas partes do mundo, neste processo, a cultura se torna instrumento de controle simbólico, especialmente em estratégias de desenvolvimento urbano, temos como exemplo, os Estados Unidos, a Europa e mas recente nos países latino-americanos, projetos de renovação ou revitalização urbana em áreas centrais  e frentes marítimas ,tais projetos demostram o esforço em inserir a cidade na competição global do turismo, sob lógica do mercado, torná-la refém dos grandes empreendedores. No lugar de territórios tidos como degradados ou subutilizados propõe-se, agora uma cidade espetáculo, cenário e vitrine para o consumo, onde megaprojetos atuam como vitrine publica da renovação, tentando despertar o orgulho e a adesão dos cidadãos e pretendendo neutraliza os muitos conflitos sociais. O projeto porto maravilha inclui amplas intervenções urbanistas, melhoramento do sistema viário, implantação de redes de saneamento e de serviços e demolição de parte do elevado perimetral, além da recuperação e implantação de uma área comercial, residencial, de lazer, centros culturais, turismo e hotelaria e de grandes empreendimentos verticais comercias de sedes de empresas publicas e privada.  Contudo buscamos refletir sobre a urbanidade no mundo contemporâneo, isto  implica em reconhecer a relação entre espaço concebido pelos urbanistas e o espaço vivido, sendo tal palco das relações sociais cotidianas. Em contraposição a uma cidade-espetáculo que relaciona a cultura de grandes equipamentos de entretenimento voltados para o turismo e o consumo, o texto abordado busca descortinar as múltiplas identidades territoriais, expressões culturais e corporais presentes nos espaços público da zona portuária do Rio de Janeiro, esta revitalização urbana do porto maravilha tem como finalidade buscar ações de valorização cultural, contribuindo para o avanço e planejamento urbano em áreas de valor patrimonial, acredita-se na importância de reconhecer a troca social, a diversidade e o conflito na transformação dos meios urbanos, além de estudar a cultura como campo de produção de valores, significados e da tomada de consciência sobre direitos, como o direto á cidade, pensada de forma democrática e coletiva.
Um dos equipamentos de cultura e entretenimento do projeto Porto Maravilha, já em fase de execução, é o museu de arte do rio (MAR), como projeto arquitetônico assinado pelo escritório de Thiago Bernardes e Paulo Jacobsen. A proposta une, por meios de passarelas, o palacete D. João VI, edifício neoclássico construído em 1916 e tombado como patrimônio, onde será abrigado uma exposição permanente sobre  História do Rio de Janeiro, e o edifício modernista ao lado, adaptado para receber a Escola do Olhar, uma instituição que estimula a criatividade com um projeto de educação visual. Também em parceria com a fundação Roberto Marinho, o principal equipamento cultural âncora do ambicioso projeto de ‘revitalização’ para a área do Porto do Rio de Janeiro é o Museu do Amanhã. Muitos fatores levam aos planos e projetos urbanos a serem concebidos com intuito de reinventar identidades e compor uma nova imagem ás cidades, reconfigurando, também grupos sociais e modos de apropriação.



  • Análise Crítica:
São vários os questionamentos acerca do projeto Porto Maravilha, isso se deve não só a falta de transparência, informação e inclusão dos cidadãos locais na elaboração e implantação do projeto, já que a própria falta de participação é parte integrante das estratégias de criação dos consensos, a falta de participação, de dialogo, um debate sugere um projeto e uma ideia de cidade segregada e hierarquizada, aonde políticas urbanas ou culturais não alcançaram a maioria. Onde espaços públicos dão lugar a equipamentos privatizados, cenários e vitrines para o consumo de imagens, ou seja a prefeitura do Rio de Janeiro, mesmo que indiretamente utiliza a cultura e os megaeventos como ingredientes na recriação e divulgação de uma nova imagem de cidade, contudo não podemos deixar de citar os amplos benefícios do projeto Porto Maravilha, como implantação de uma área comercial, gerando empregos, com lazer, gerando turismo, centros culturais , hotelaria , contribuindo para a cultura, turismo e o consumo. Um trecho retirado do texto: ‘corporações nos espaços públicos: territórios e coletivos culturais da zona Portuária do Rio de Janeiro’, reflete muito bem a falta de comunicação e informação, sendo este: “Quanto mais passivo” (menos participativo) for o espetáculo, mas a cidade se torna um cenário, e o cidadão um mero figurante; e no sentido inverso, quanto mais ativo for o espetáculo, mas a cidade se torna um palco e o cidadão, um ator protagonista e não um mero espectador.