Os viajantes
naturalistas que vieram ao Brasil e reivindicavam a influencia de Humboldt,
tais como Von Martius ou Auguste de Saint Hilaire, optaram pela viagem, pois
queriam ''ver com os
próprios olhos''. A viagem em geral considerada pela historia natural como uma
das etapas necessárias para a transformação da natureza em ciência. A obra de
Humboldt sobre o novo mundo, juntamente com a arte, pois ajudava na expressão
privilegiada para dar conta das sensações visuais experimentadas pelos
viajantes, acompanha sempre que possível os relatos e descrições feitos por
naturalistas, logo as expedições muitas vezes contava com a presença de
artistas, como Louis de Choris,Thomas Ender ou Adrien Taunay (
Bellzzo,1999,Diener e Costa,1999 Martins,1999). O mais marcante da abordagem
humbddtiana, independentemente da qualidade artística das representações, e o
estudo das ''fisionomias'' das paisagens. Outro naturalista muito importante
foi Carl Philipp Von Martius, além de produzir classificação precisas, números
herbários e trabalhos em antropologia e historia, descreveu com sensibilidade
diversas fisionomias vegetais presentes no Brasil. No monumental
Historia Naturalis Palmarum (1823-53), de Martius, as espécies estudadas
aparecem em três registros diferentes: retratadas a partir de seus detalhes
morfológicos, inseridas em seu ambiente natural, paisagens, em alguns casos,
com a presença de animais, de humanos e de edificações dispostas em grandes
mapas do mundo. Detalhamento e descrição minuciosa de suas partes componentes,
o que é essencial para a classificação e para a compreensão do desenvolvimento
do vegetal. O naturalista evidencia aí a importância que as imagens tem em seu
trabalho cientifico.Sendo assim, imagem e texto articulam-se organicamente na
produção cientifica de Martius. O discurso acadêmico ao qual ele se refere: A
fisionomia do reino vegetal, de 1824 - descreve as diversas formas que compõem
o país. O Brasil é definido como um todo geográfico, delimitado pelo mar e por
dois grandes rios: o da Prata e o Amazonas. A unidade subjacente a essa região
é dada pelas florestas, que dominam grande parte do território. A unidade, a
altitude, a proximidade do equador, entre outros fatores, alteram a vegetação
e, consequentemente, a fisionomia dos lugares.
Voltando a prancha 60 de Historia Naturalis Palmarum, vê-se aí não apenas um conjunto vegetal, mas também a presença de um índio e de uma onça. Esses elementos ajudam a compor a fisionomia dessa floresta amazônica, onde ocorrem as palmeiras descritas e onde a cena de caça poderia acontecer.Homens e natureza são estritamente relacionados nas concepções científicas de Martius, assim como o eram para Humboldt. Do mesmo modo, Martius relaciona o ''caráter'' das populações ao ambiente onde vivem. No discurso de 1824, ele descreve a floresta amazônica. A percepção das fisionomias como conjuntos de dados climáticos, topográficos, culturais, de flora e de fauna que permite formar uma postura ecológica avant la lettre, que relaciona os seres vivos a uma certa ''economia natural'' ( 1998).
Voltando a prancha 60 de Historia Naturalis Palmarum, vê-se aí não apenas um conjunto vegetal, mas também a presença de um índio e de uma onça. Esses elementos ajudam a compor a fisionomia dessa floresta amazônica, onde ocorrem as palmeiras descritas e onde a cena de caça poderia acontecer.Homens e natureza são estritamente relacionados nas concepções científicas de Martius, assim como o eram para Humboldt. Do mesmo modo, Martius relaciona o ''caráter'' das populações ao ambiente onde vivem. No discurso de 1824, ele descreve a floresta amazônica. A percepção das fisionomias como conjuntos de dados climáticos, topográficos, culturais, de flora e de fauna que permite formar uma postura ecológica avant la lettre, que relaciona os seres vivos a uma certa ''economia natural'' ( 1998).
Os diversos
registros que se originam da observação e da pesquisa de um determinado
fenômeno incluem no caso da viagem de Spix e Martius ao Brasil, o tratamento da
natureza como conjunto de indivíduos animais e vegetais, tratados de maneiras
cientifica que se atêm aos detalhes. A iconografia resultante das viagens
científicas do século XIX costuma representar cenas consideradas típicas da
vida nos trópicos, onde a natureza e os indígenas têm papel predominante. O
pintor Louis de Choris, que passou pelo Sul do Brasil em 1815, procurou
retratar traços naturais e humanos no interior de um mesmo conjunto. Em uma das
poucas ilustrações que fez sobre o Brasil, insere em uma paisagem de Santa
Catarina pássaros, répteis, plantas, relevo local e o que seria um ''brasileiro
típico''.Vários naturalistas colocam em suas obras cenas que retratam a relação
dos homens com a natureza, como é o caso do Selecta Genera et Species Piscium,
de Spix (1829-31), que retrata os índios e suas técnicas de pesca. A utilização
de produtos naturais pelas populações locais de pesca. Jean Baptiste Debret,
por exemplo, evidencia a presença de plantas e animais exóticos em obras que
mostram escravos vendendo frutos tropicais, negros caçadores e coletores de
borboletas. A obra deWied-Neuwied também enfatiza esse aspecto da interação
entre homem e o mundo natural, onde índios aparecem ocupados com seus afazeres
cotidianos e grupos típicos são retratados em suas relações com paisagens,
animais e plantas locais.
A tentativa de registrar a totalidade dos fenômenos naturais e a consideração dos fatos da cultura como parte integrante das paisagens naturais levou diversos naturalistas a buscarem auxilio na vivacidade das descrições literárias para delinear fisionomias. O botânico Von Martius recorre inúmeras vezes a citações literárias e poéticas que o auxiliem na tarefa de descrever como precisão as sensações vividas. Assim, o modelo humboldtiano orientou uma determinada maneira de retratar lugares percorridos pelos viajantes. Martius escolhe com precisão as fisionomias retratadas em seus inúmeros livros, muitas vezes desenhadas ou pelo menos esboçadas por ele mesmo ou por artistas conceituados que vieram ao Brasil, como Rugendas e Thomas Ender. Os momentos retratados são especiais, únicos e típicos ao mesmo tempo. Únicos, porque foram vividos e observados pelo próprio viajante ao longo de suas andanças. Típicos, porque os fenômenos descritos ocorrem ali sempre sob as mesmas circunstâncias. É como se cada fisionomia contivesse uma parte da alma do Brasil. Apesar de se especializar na descrição de sensações, a ciência romântica de matriz humboldtiana não deve ser confundida com descrições de cunho inteiramente pessoal e, por isso, totalmente subjetiva. Humboldt, Martius, Saint-Hilaire, ou Wied-Neuwied acreditavam utilizar os recursos das artes e da retórica para retratarem fielmente a realidade quem observavam. A sensibilidade individual seria importante na medida em que dota alguns indivíduos da capacidade de perceber as forças que atuam na natureza e de transmitir as sensações vividas.
Para grande parte dos naturalistas de século XIX, a multiplicidade de sensações que envolvem o naturalista em sua viagem poderia e deveria ser descrita pela ciência. Enfim 1808, com a vinda da corte portuguesa houve um amento expressivo de estrangeiros no Brasil, destacando-se os Naturalistas viajantes, que em primeiro momento objetivaram seus trabalhos relacionados ás ciências naturais; mas que conseguintemente formularam considerações sobre política, cultura, economia e povos do Brasil do Século XIX, como vimos acima era um desafio essas viagens por conta dos perigos físicos as aventuras, ao desafio da valorização dos seus trabalhos, impulsionados muitas das vezes por quererem ver, transformando numa desafiadora tarefa de sensações, experiências e seres vivos integrantes a ordem natural, como herança seus registros e análises nos seus cadernos de estudos. Neste entendimento, a passagem dos naturalistas pelo Brasil trouxe consideráveis contribuições para o conhecimento das regiões e estados, especialmente para a história dos estudos do patrimônio cultural, que foi detalhado ao longo de seu trabalho cientifico.
A tentativa de registrar a totalidade dos fenômenos naturais e a consideração dos fatos da cultura como parte integrante das paisagens naturais levou diversos naturalistas a buscarem auxilio na vivacidade das descrições literárias para delinear fisionomias. O botânico Von Martius recorre inúmeras vezes a citações literárias e poéticas que o auxiliem na tarefa de descrever como precisão as sensações vividas. Assim, o modelo humboldtiano orientou uma determinada maneira de retratar lugares percorridos pelos viajantes. Martius escolhe com precisão as fisionomias retratadas em seus inúmeros livros, muitas vezes desenhadas ou pelo menos esboçadas por ele mesmo ou por artistas conceituados que vieram ao Brasil, como Rugendas e Thomas Ender. Os momentos retratados são especiais, únicos e típicos ao mesmo tempo. Únicos, porque foram vividos e observados pelo próprio viajante ao longo de suas andanças. Típicos, porque os fenômenos descritos ocorrem ali sempre sob as mesmas circunstâncias. É como se cada fisionomia contivesse uma parte da alma do Brasil. Apesar de se especializar na descrição de sensações, a ciência romântica de matriz humboldtiana não deve ser confundida com descrições de cunho inteiramente pessoal e, por isso, totalmente subjetiva. Humboldt, Martius, Saint-Hilaire, ou Wied-Neuwied acreditavam utilizar os recursos das artes e da retórica para retratarem fielmente a realidade quem observavam. A sensibilidade individual seria importante na medida em que dota alguns indivíduos da capacidade de perceber as forças que atuam na natureza e de transmitir as sensações vividas.
Para grande parte dos naturalistas de século XIX, a multiplicidade de sensações que envolvem o naturalista em sua viagem poderia e deveria ser descrita pela ciência. Enfim 1808, com a vinda da corte portuguesa houve um amento expressivo de estrangeiros no Brasil, destacando-se os Naturalistas viajantes, que em primeiro momento objetivaram seus trabalhos relacionados ás ciências naturais; mas que conseguintemente formularam considerações sobre política, cultura, economia e povos do Brasil do Século XIX, como vimos acima era um desafio essas viagens por conta dos perigos físicos as aventuras, ao desafio da valorização dos seus trabalhos, impulsionados muitas das vezes por quererem ver, transformando numa desafiadora tarefa de sensações, experiências e seres vivos integrantes a ordem natural, como herança seus registros e análises nos seus cadernos de estudos. Neste entendimento, a passagem dos naturalistas pelo Brasil trouxe consideráveis contribuições para o conhecimento das regiões e estados, especialmente para a história dos estudos do patrimônio cultural, que foi detalhado ao longo de seu trabalho cientifico.
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