quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Entre cenários da renovação urbana e expressões culturais nos espaços públicos do Porto do Rio de Janeiro

A revitalização do porto maravilha, lançado em 2009, pelo prefeito Eduardo Paes, tem como finalidade utilizar a cultura-entretenimento como atrativo para a venda de uma cidade espetáculo em escala global, ou seja, ocasiona a transformação da vida urbana e da cidade em mercadoria, essas ações são um fenômeno que vem tomando cada vez mas força em diversas partes do mundo, neste processo, a cultura se torna instrumento de controle simbólico, especialmente em estratégias de desenvolvimento urbano, temos como exemplo, os Estados Unidos, a Europa e mas recente nos países latino-americanos, projetos de renovação ou revitalização urbana em áreas centrais  e frentes marítimas ,tais projetos demostram o esforço em inserir a cidade na competição global do turismo, sob lógica do mercado, torná-la refém dos grandes empreendedores. No lugar de territórios tidos como degradados ou subutilizados propõe-se, agora uma cidade espetáculo, cenário e vitrine para o consumo, onde megaprojetos atuam como vitrine publica da renovação, tentando despertar o orgulho e a adesão dos cidadãos e pretendendo neutraliza os muitos conflitos sociais. O projeto porto maravilha inclui amplas intervenções urbanistas, melhoramento do sistema viário, implantação de redes de saneamento e de serviços e demolição de parte do elevado perimetral, além da recuperação e implantação de uma área comercial, residencial, de lazer, centros culturais, turismo e hotelaria e de grandes empreendimentos verticais comercias de sedes de empresas publicas e privada.  Contudo buscamos refletir sobre a urbanidade no mundo contemporâneo, isto  implica em reconhecer a relação entre espaço concebido pelos urbanistas e o espaço vivido, sendo tal palco das relações sociais cotidianas. Em contraposição a uma cidade-espetáculo que relaciona a cultura de grandes equipamentos de entretenimento voltados para o turismo e o consumo, o texto abordado busca descortinar as múltiplas identidades territoriais, expressões culturais e corporais presentes nos espaços público da zona portuária do Rio de Janeiro, esta revitalização urbana do porto maravilha tem como finalidade buscar ações de valorização cultural, contribuindo para o avanço e planejamento urbano em áreas de valor patrimonial, acredita-se na importância de reconhecer a troca social, a diversidade e o conflito na transformação dos meios urbanos, além de estudar a cultura como campo de produção de valores, significados e da tomada de consciência sobre direitos, como o direto á cidade, pensada de forma democrática e coletiva.
Um dos equipamentos de cultura e entretenimento do projeto Porto Maravilha, já em fase de execução, é o museu de arte do rio (MAR), como projeto arquitetônico assinado pelo escritório de Thiago Bernardes e Paulo Jacobsen. A proposta une, por meios de passarelas, o palacete D. João VI, edifício neoclássico construído em 1916 e tombado como patrimônio, onde será abrigado uma exposição permanente sobre  História do Rio de Janeiro, e o edifício modernista ao lado, adaptado para receber a Escola do Olhar, uma instituição que estimula a criatividade com um projeto de educação visual. Também em parceria com a fundação Roberto Marinho, o principal equipamento cultural âncora do ambicioso projeto de ‘revitalização’ para a área do Porto do Rio de Janeiro é o Museu do Amanhã. Muitos fatores levam aos planos e projetos urbanos a serem concebidos com intuito de reinventar identidades e compor uma nova imagem ás cidades, reconfigurando, também grupos sociais e modos de apropriação.



  • Análise Crítica:
São vários os questionamentos acerca do projeto Porto Maravilha, isso se deve não só a falta de transparência, informação e inclusão dos cidadãos locais na elaboração e implantação do projeto, já que a própria falta de participação é parte integrante das estratégias de criação dos consensos, a falta de participação, de dialogo, um debate sugere um projeto e uma ideia de cidade segregada e hierarquizada, aonde políticas urbanas ou culturais não alcançaram a maioria. Onde espaços públicos dão lugar a equipamentos privatizados, cenários e vitrines para o consumo de imagens, ou seja a prefeitura do Rio de Janeiro, mesmo que indiretamente utiliza a cultura e os megaeventos como ingredientes na recriação e divulgação de uma nova imagem de cidade, contudo não podemos deixar de citar os amplos benefícios do projeto Porto Maravilha, como implantação de uma área comercial, gerando empregos, com lazer, gerando turismo, centros culturais , hotelaria , contribuindo para a cultura, turismo e o consumo. Um trecho retirado do texto: ‘corporações nos espaços públicos: territórios e coletivos culturais da zona Portuária do Rio de Janeiro’, reflete muito bem a falta de comunicação e informação, sendo este: “Quanto mais passivo” (menos participativo) for o espetáculo, mas a cidade se torna um cenário, e o cidadão um mero figurante; e no sentido inverso, quanto mais ativo for o espetáculo, mas a cidade se torna um palco e o cidadão, um ator protagonista e não um mero espectador.










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